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A Ilha Graciosa

A Ilha Graciosa é a ilha situada mais a norte do Grupo Central do Arquipélago dos Açores, situada a 28º 05′ de longitude Oeste e a 39º 05′ de latitude Norte, dista cerca de 80 Km a noroeste da Ilha Terceira.  Com uma superfície de 61 Km2 e uma forma oval (cerca de 12,5 Km de comprimento e 8,5 Km de largura), a Graciosa é a segunda ilha mais pequena de todo o arquipélago.  É também a ilha mais plana (apenas 5% da sua área se eleva acima dos 300 metros de altitude) e a que apresenta a menor pluviosidade do arquipélago, não tendo ribeiras mas apenas escassas fontes naturais.  A altitude máxima da ilha, de 405 metros, é atingida no pico situado na parte oriental da Caldeira, que é uma enorme cratera resultante da sua origem vulcânica, dominando a parte sudeste da ilha.

 

A localização da Ilha Graciosa no arquipélago e no mundo.

A Ilha Graciosa provavelmente deve o seu nome às suas paisagens encantadoras, suavemente onduladas, marcadas por pequenas aglomerações de baixas montanhas, colinas dispersas e pequenos cones vulcânicos, em que a grande maioria não atinge os 100 metros de altitude.  O seu epíteto “ilha branca” deve-se, presumivelmente, ao facto de existirem rochas claras na costa sul, onde a encosta da Serra Branca se junta ao mar.

Vista Graciosa

Um dos ex-libris da Graciosa são sem dúvida os moinhos de vento, ao estilo holandês, com os seus peculiares telhados vermelhos (as cúpulas) em forma de cebola, considerados os mais bonitos de todo o arquipélago, principalmente quando as suas velas estão desfraldadas, o que infelizmente não se vê tanto nos nossos dias.  Há relativamente pouco tempo existiam cerca de 30, dos quais alguns foram restaurados nos últimos tempos para habitação e ainda restam três ou quatro a funcionar, um deles recuperado pelo Museu da Graciosa para visitas.

moinho_museu

O destino da Graciosa esteve sempre intimamente ligado com o das suas ilhas vizinhas, Terceira, Faial, Pico e São Jorge, pois foi a partir destas que a ilha foi descoberta, em meados do século XV.  A ilha recebeu gado por volta de 1432, mandado lançar por ordem de D. Henrique. O seu povoamento foi feito cerca do ano 1451, sendo os primeiros habitantes oriundos de Portugal continental. O primeiro povoador foi Vasco Gil Sodré, natural de Montemor-o-Velho, que, tendo chegado à Ilha Terceira, mudou-se para a Graciosa com a sua família e os seus criados.

Julga-se que o local onde se estabeleceu a primeira povoação foi o Carapacho, tendo aí edificado a casa da alfândega, embora outras fontes apontem a Praia (São Mateus) como local da primeira povoação.  Desde muito cedo, duas zonas foram-se evidenciando: a de Santa Cruz e a da Praia.  As duas foram feitas Vilas, recebendo o seu foral a de Santa Cruz em 1486 e a da Praia em 1546.

Devido à riqueza do seu solo e à suavidade do seu relevo, assim como o facto da Graciosa ter sido poupada aos desastres naturais, a agricultura depressa se desenvolveu, sendo as suas principais culturas a dos cereais e a da vinha.  Como era habitual naqueles tempos, a fama e prosperidade da ilha atraíram muitos corsários e devido à necessidade de proteger a costa, foi construída uma cintura de defesa, compreendendo não menos do que 13 fortificações.  A riqueza económica da ilha atingiu o seu auge durante o século XVIII, quando os ataques dos piratas diminuíram, e tornou-se no principal produtor de cereais e vinho de todo o arquipélago dos Açores.  Na segunda metade do século XIX a boa sorte da ilha mudou, quando a maior parte das vinhas foram devastadas pela filoxera, deixando as famílias que viviam desta produção privadas do seu meio de subsistência, o que provocou uma onda de emigração para os Estados Unidos e Canadá durante o século XX, tendo-se reduzido a população da ilha a metade.

Mapa do Arquipélago dos Açores

Hoje em dia os cerca de 4800 habitantes continuam a viver essencialmente da agricultura, viticultura e criação de gado, tornando-se a produção de lacticínios a principal fonte de rendimentos da ilha.  A ilha tem hoje um só concelho (Santa Cruz, com 1800 habitantes) e quatro freguesias:  Santa Cruz, Praia, Luz e Guadalupe.

Heráldica do Município de Santa Cruz da Graciosa                          Bandeira da Região Autónoma dos Açores

A heráldica do município de Santa Cruz da Graciosa e a bandeira da Região Autónoma dos Açores

 

No seu conjunto a vila de Santa Cruz da Graciosa apresenta-se pitoresca, tornando-se muito interessante uma subida ao Monte da Ajuda para se poder apreciar a graciosidade do traçado das suas ruas e das suas casas.  Os tanques de água que em tempos serviram para matar a sede dos animais hoje são um ponto de beleza na praça central da vila, dando um ar de graça e combinando com o restante ambiente arquitetónico.

Não é sem razão que esta vila é considerada uma das mais bonitas dos Açores.

Santa Cruz vista do miradouro da Srª da Ajuda.

Santa Cruz vista do miradouro da Srª da Ajuda.

Rural e verde, a Graciosa oferece acima de tudo um ambiente tranquilo e de saudável simplicidade, ideal para todos aqueles que necessitem fugir à frenética rotina do dia-a-dia e “recarregar baterias”.

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Locais de interesse

– Caldeira da Graciosa
– Furna do Enxofre
– Caldeirinha de Pêro Botelho
– Nossa Senhora da Ajuda (miradouro)
– Senhora da Guia (miradouro)
– Praça de touros (única no mundo devido à sua peculiar localização)
– Rochedo da Baleia
– Faróis da Ponta da Barca e da Ponta da Restinga
– Baía da Folga
– Museu da Graciosa (Santa Cruz)
– Loja-Museu João Tomáz Bettencourt (Guadalupe) – a NÃO PERDER
– Museu da Vida Rural (Luz)
– Moinho-Museu (Fontes)
– Tanques do Atalho (reservatórios de água – “mãe de água”)
– Associação de Artesãos (bordados)
– Adega Cooperativa da Graciosa (Charco da Cruz)
– Piscinas naturais das Termas do Carapacho
– Piscinas naturais do Barro Vermelho
– Piscinas naturais do Cais da Barra (Santa Cruz)
– Piscinas naturais dos Poceirões (Vitória)
– Piscina municipal (Terreiros)
– Praia de S.Mateus (única com areia na ilha)
– Porto Afonso
– Ilhéu da Praia
– Igreja Matriz de Santa Cruz da Graciosa
– Igrejas da Vitória, Guadalupe, S.Mateus (Praia) e Luz

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Atividades

– Caminhadas (consulte aqui os trilhos oficiais da Graciosa)
– Passeios de barco à volta da ilha
– Canoagem
– Observação de cetáceos
– Pesca desportiva
– Mergulho, Snorkel (apneia) (*)
– Passeios a cavalo e de burro (o Burro Anão da Graciosa foi reconhecido como raça autóctone)
– Visita à Fábrica das Queijadas da Graciosa (nas traseiras do Mó da Praia)
– Visita a queijaria tradicional
– Assistir à ordenha de vacas leiteiras

(*) Naufrágio do Terceirense: a poucos minutos de barco da praia de São Mateus encontra-se o local de mergulho mais famoso da ilha, o Naufrágio do navio “Terceirense”. A cerca de 20 metros de profundidade, este cargueiro de 40 metros, afundado em 1968, é hoje habitado por uma exuberante vida marinha, como meros, garoupas, castanhetas, peixes rainha, entre outros.

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O turismo na Ilha Graciosa

O crescimento verificado na procura turística da Ilha Graciosa pode ser explicado pelo contributo dos seguintes fatores:

• A classificação em 2007 como Reserva da Biosfera, pela UNESCO, assinalando as qualidades ambientais e a harmonia da presença humana com a necessidade da preservação da biodiversidade da ilha;

• A existência de uma beleza natural que foi candidata finalista em 2010 às “7 Maravilhas Naturais de Portugal” na categoria de grutas e cavernas (Furna do Enxofre), bem como de outros pontos de interesse, como a Reserva Florestal Natural da Caldeira da Graciosa, as Termas do Carapacho, o Ilhéu da Baleia, os diversos miradouros naturais, entre outros;

• O constante crescimento do turismo nas ilhas de S. Miguel, Terceira, Faial e Pico registado nos últimos anos, o qual tem provocado em consequência um maior interesse no conhecimento das restantes ilhas do Arquipélago por parte dos turistas amantes da natureza e dos Açores;

• O aumento de oferta de serviços complementares: termas, mergulho, passeios de barco, pesca desportiva, observação de cetáceos, percursos a cavalo, passeios de burro (com a recuperação de uma espécie autóctone reconhecida), gastronomia típica local, etc..

 

 

Fontes e endereços eletrónicos que aconselhamos a consulta:

www.visitazores.com

www.visitportugal.com

www.azores-islands.info

www.pt.azoresguide.net

www.cm-graciosa.pt

 

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